segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sonhos surreais... parte II



Ela deu um salto da calma, o relógio marcava 9:30 a.m, rolou ainda por alguns segundos e se perguntou se tudo o que havia vivido era sonho ou realidade, pois quase havia conseguido sentir a pele daquele homem que a beijou em seu sonho na noite passada.
Atordoada, ainda sem jeito, levantou da cama e procurou algum analgésico para dor de cabeça, sim... a noite foi tensa demais nos seus sonhos...Encontrou uma aspirina na gaveta e partiu para o banho.
Parecia um dia qualquer, mas, para ela não foi! Não conseguiu trabalhar, não conseguiu realizar os relatórios que precisavam ser entregues, ela só conseguia pensar no sonho, MALDITO SONHO, por que justamente ele resolveu lhe fazer uma visita em seu sonho? por que sussurrou coisas belas para ela e a deixou sozinha quando ela mais esperava? Aonde ele estava afinal, por que a iludiu e depois fingiu que nada havia acontecido? Há um mês atrás estava perfeitamente tudo bem, mas ela não entendia... Ela não compreendia... Sua mente a enganou, ele não estava ali, nunca estaria, afinal... ele mudou de cidade, sem nem ao menos dizer adeus, quando chegou ao seu trabalho na segunda feira, encontrou sua mesa e suas gavetas completamente vazias. Ele não se despediu.
Mas algo a deixava confusa, por que ele disse todas aquelas coisas? Por que falou de morarem juntos, constituírem uma família? Ter um cachorro e um gato, talvez? Ela não entendia, ela não compreendia... Para todos ele era apenas um amigo do trabalho, com quem ela dividia a sala, e, para ela, ele era quem ela decidiu doar o coração.
O telefone tocou... uma onda de adrenalina invadiu todo o seu ser... poderia ser ele talvez tentando se explicar...poderia ser alguém para dar alguma notícia...
"Oi"- disse alguém do outro lado da linha
"Olá"-suas pernas bambearam
"Me desculpe pela bagunça que causei na sua vida, há muito que queria te dizer tudo que disse, mas não sei se seria homem suficiente para assumir todas as confissões... como você sabe acabei de sair de um relacionamento agora e não posso me envolver"-suspirou.
"Ótimo!"-disse ela
"Ótimo? Eu abro meu coração pra você e tudo que você diz é ótimo?" - ele resmungou
Ela não disse nada. Ficou ali parada, travada, as palavras não saiam e tão pouco ela conseguia pensar em algo pra dizer. Encontrou coragem, respirou fundo e colocou o telefone no gancho.
Suava frio depois do telefonema, pensava no que dizer, se por acaso ele aparecesse no apartamento ou mesmo no escritório, na sua sala onde tudo começou.
Mas estava decidida, ele não a incomodaria mais, não mexeria tanto em seu ego e ela ficaria bem. Inventou um mal-estar, recolheu seu laptop e foi para o estacionamento.
De longe alguém a observava...


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